quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Meus primeiros passos na culinária japonesa

Já escrevi aqui que eu aprendi a cozinhar com a minha bisa ainda criança (hoje em dia, ela seria presa por esta atitude).
Hoje vou escrever como aprendi a preparar comidas japonesas. Esta culinária aprendi com a avó materna. Ela tinha um dom para esta culinária.
Até os meus 16 anos, morei na casa do meu avô materno. Desde pequena, via a avó preparando comidas típicas japonesas para ocasiões especiais (Ano Novo principalmente).
Aprendi com ela como temperar corretamente o arroz cateto para fazer os vários tipos sushis, como cozinhar os "miolos" dos sushis.
Ela tinha uma delicadeza nata para preparar que tanto fazia se era para 5 ou 50 pessoas, fazia com uma agilidade e calma que me encantava.
Com ela, aprendi a preparar nishime (cozido de legumes), fazer manju, moti, oniguiri.
Até hoje carrego muito desta culinária, apesar de não preparar quase nada em casa.
O dia que disse que queria aprender a enrolar o sushi, tinha lá os 9 anos, ela montou o mise en place e fez uma única vez. Pediu para eu montar. O primeiro sushi a gente nunca esquece. Tinha um formato esquisito, arroz saindo pelas tampas. Um horror. Ela ainda me elogiou! E o mais legal: incentivou-me enrolar o outro. Lá pelo 5º sushi, consegui fazer um quase perfeito. A partir deste dia virei ajudante oficial da "obatchan". Achei o máximo. Tinha até um avental só meu.
Aprendi a cozinhar também no fogão a lenha que tinha no anexo da casa. Esta técnica já quase esqueci tudo que aprendi.
Tenho um arrependimento: não aprendi a cortar o sashimi.
Motivo: na primeira tentativa cortei o meu dedo e ela achou por bem não mexer com a faca do sashimi. Um arte. Deveria ter insistido mais....Uma pena....



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Hoje falarei de um "causo" no bairro onde moro faz mais de 20 anos. Numa época em que o supermercado eram poucos e tinham sim quintanda. Ambos fechavam de domingo, funcionavam das 8 às 18h ou 20h, etc., e não é essa expansão que há nos tempos modernos. Açougue então nem se fala. Açougue eram encontradas somente fora de supermercados e dos freezeres de muitas lojas de rua.
Como eu trabalhava durante o dia, comprava carne num açougue na volta para a casa durante a semana. Porque a loja formava fila durante o final de semana e na manhã de sábado fazia faxina em casa. Típico né?
Eu chegava no açougue e sempre pedia para cortar uma peça que estava na geladeira. Sabia que era uma forma de enganar o meu cérebro, achando que a carne estava refrigerado, etc. etc. etc.
Até que um dia eu vi a entrega de peças de carne e quase potei o almoço para fora. Carro com refrigeração desligada, a roupa dos carregadores nojento, mas o que mais me deixou enojada foram as botas. O calçado que pisava na rua (onde eu andava) andava pelo piso do caminhão e, principalmente, onde o cara colocava as peças separadas da loja. Prometi a mim mesma que nunca mais compraria carne em açougue de rua. Só que fiquei na minha, porque as minhas neuras são só minhas e não preciso soltar aos 4 ventos. Sendo que na época havia feiras livres que vendiam carnes sem refrigeração.
Pensado bem, eu não tive diarreias graves por Deus.
Onde compro carne hoje? Em supermercados onde tem normas e a fiscalização está atenta. Se estou segura? Acho que não e continuo enganando o meu cérebro. O que os olhos não vem, o corpo e a mente não sentem.

Pírulas mágicas

Depois de muito tempo, volto a escrever este blog.
Na verdade, acho que vivo uma crise profissional. Sou nutricionista de formação e sou cozinheira por prazer (sou mais cozinheira do que nutricionista).
Onde está a minha crise profissional?
As pessoas acham que existe um pó mágico, um comprimido ou sei lá mais o que, que as fazem emagrecerem de um dia para o outro, no máximo de uma semana para outra.
Aí descobri que as pessoas tem preguiça ou não tem interesse por preparar a sua própria refeição.
Ensino a preparar a sua própria refeição, descubro que a pessoa não querem ter uma alimentação saudável. Atividade física? Nem pensar.
Percebo que elas preferem fazer uma cirurgia bariátrica ou pagar o mico com uma sonda nasogástrica do que dar ao corpo uma alimentação equilibrada.
Vejam, não estou falando de regime e sim de uma alimentação equilibrada.
Alimentação equilibrada que é simples. Café da manhã (que muita gente pula), uma fruta ou um pequeno lanche no meio da manhã, almoço, um lanche no meio da tarde e o jantar (muita gente não jantar por achar que engorda comer a noite).
Explico que o nosso corpo é uma máquina perfeita, que faz de tudo para manter funcionando, cria até mecanismos de armazenamento.
Neste ponto, gastei toda a minha saliva e a cliente acha melhor tomar um remédio para emagrecer.
Fica uma pergunta na minha mente: eu gosto de mim? Mas seguro a língua e a boca fica fechada.